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II Jogos dos Povos Indígenas da UFT celebram cultura e fortalecem vínculos entre estudantes
Por três dias, a UFT em Miracema virou território de celebração, esporte e resistência indígena. De 15 a 17 de abril, foi realizada a segunda edição dos Jogos Indígenas da UFT, iniciativa organizada por estudantes indígenas com o apoio da universidade. A programação contou com competições esportivas tradicionais, como corrida de tora, arco e flecha, cabo de força e arremesso de lança, além de apresentações culturais e exposições de artesanato.
As atividades aconteceram nos espaços das Unidades Warã e Cerrado, reunindo cerca de sete etnias de diferentes regiões do Tocantins. Para Larieny Smikadi Xerente, estudante de Serviço Social e uma das organizadoras, o evento é mais que uma competição: é um momento de afirmação cultural. "Mesmo estando aqui no meio da sociedade não indígena, quando a gente está na prática desses esportes, a gente se sente em casa", contou emocionada.
Larieny participou pela primeira vez das provas e destacou o orgulho de ver o evento crescer. "Nós ficamos muito felizes ao ver o interesse de estudantes de outros câmpus. Isso mostra que os Jogos têm um impacto muito grande", disse.
A estudante Wareti Calixto de Brito Xerente, do curso de Letras da UFNT Araguaína, participou pela primeira vez do evento e reforçou a importância do espaço para combater estereótipos e fortalecer identidades. "Muitos colegas não indígenas não entendem nossas dificuldades na sala de aula, como o fato de o português ser nossa segunda língua. Mostrar nossa cultura ajuda a mudar essa visão", explicou.
Para Wareti, os Jogos também são uma oportunidade de convivência e troca entre diferentes povos. "Cada um tem sua cultura, sua língua, e é importante conhecermos uns aos outros. Somos parentes nessa luta que vem de geração em geração."
Além das competições e apresentações, os corredores das unidades receberam exposições de artesanato, promovendo a valorização do saber e da arte indígena. Um dos momentos de destaque foi o desfile dos indígenas, cada qual com suas típicas pinturas corporais.
O sucesso do evento mostra a força do protagonismo indígena dentro da universidade e reforça o papel da UFT como espaço de diálogo, diversidade e respeito às culturas originárias.
