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Pessoas em situação de rua colaboram na construção de políticas públicas para essa população no Tocantins
“A gente não é lixo! Às vezes, as pessoas fazem com que você se sinta mal. Para quem vive na rua também é muito importante você chegar com uma palavra amiga. Não precisa comprar. Vendemos coisas para não nos chamarem de ladrão.” Essas são algumas das palavras que Regina, uma das pessoas em situação de rua na cidade de Palmas, disse aos presentes, no auditório do Palácio Araguaia, sede do Governo do Estado, na abertura do 1º Fórum Estadual de Políticas Públicas para População em Situação de Rua do Tocantins.
O evento promoveu um debate em prol da consolidação de estratégias que ofereçam a atenção às pessoas em situação de rua. A ação foi organizada pela Rede Interinstitucional e Interdisciplinar de Proteção e Defesa das Pessoas em Situação de Rua composta por entidades federais, estaduais e municipais; coordenada pela professora Maria Santana Milhomem, pró-reitoria de extensão da Universidade Federal do Tocantins (Proex/UFT).
Dividido em dois turnos, com o apoio de alunos e professores da Incubadora Social para Mulheres em Situação de Vulnerabilidade Social e da Rede de Cidadania e Direitos Humanos (RCDH), além de outras iniciativas, o evento abordou temas como a proteção e defesa dos direitos dessa população vulnerável. "Estamos aqui para construir a política para atender melhor às pessoas em situação de rua no Tocantins. Seres humanos que carecem de nosso olhar, de nosso trabalho, em prol de serviços públicos que respeitem os direitos dessas pessoas" afirmou a professora Maria Santana Milhomem.
Além dos debates, o fórum também fez parte do processo de formação dos alunos da Rede de Cidadania e Direitos Humanos. O aluno João Pedro Soares Veloso, que estuda o 5º período do curso de Direito na UFT, ressalta a necessidade da busca por ferramentas que assegurem a dignidade. "Foi um encontro muito produtivo, onde foram discutidas políticas voltadas à população em situação de rua, frequentemente invisibilizada. Acredito que a presença dessas pessoas enriqueceu ainda mais o evento, permitindo que suas dificuldades e propostas fossem ouvidas pelas autoridades e os demais presentes", enfatizou o estudante.