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Primeira pró-reitora de Graduação da UFT, professora Patrícia Medina, é homenageada pela aposentadoria
Com fama de ser uma das mais sistemáticas, exigentes e rigorosas professoras dos colegiados de Pedagogia e do Mestrado em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos, mas também conhecida por seu senso de humor, pela fala mansa, a dedicação à docência e sua postura acolhedora, a professora Patrícia Medina teve na segunda-feira (12) sua despedida da carreira profissional na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Professores, alunos e egressos do Curso de Pedagogia do Câmpus de Palmas e do projeto Universidade da Maturidade (UMA), entre amigos e outros convidados, lotaram o auditório da Reitoria para aplaudir a professora e pesquisadora recém-aposentada na instituição para a qual dedicou seu trabalho durante 21 anos.
Graduada em Direito e Pedagogia, Patrícia é especialista em Estado de Direitos e Combate à Corrupção, mestre e doutora em Educação. Professora da UFT desde 2003, ela faz parte da geração pioneira de professores aprovados no primeiro concurso público para docentes da então recém-criada Universidade, e foi a primeira pró-reitora de Graduação da instituição, além de ter sido coordenadora do Curso de Pedagogia do Câmpus de Palmas e desempenhado diversas outras funções na Universidade ao longo da carreira.
"A Patrícia, como exímia pesquisadora, sempre soube fazer boas perguntas para que a gente construísse as próprias respostas explorando um pensamento sempre muito racional. [...] Por isso, sempre nos ensinou muito, para além da sala de aula, em cada diálogo, em cada reunião de colegiado, e também nas nossas conversas depois das reuniões, sempre com muita ética, com rigor científico e essa lógica de organizar e sistematizar o pensamento que lhe é muito peculiar", destacou o professor Eduardo Cezari, colega de Patrícia no Colegiado do curso de Pedagogia e atual pró-reitor de Graduação. Lembrando que Medina foi a primeira a ocupar o cargo que ele veio a assumir várias gestões depois, Cezari enfatizou a importância desse legado: "Muito do que nós temos hoje na UFT se deve à essa primeira geração de professores que colocaram essa Universidade em pé. Por isso eu só tenha a agradecer por esse convívio com ela e por todo o aprendizado que ela nos proporcionou."
Querida e admirada entre alunos, colegas docentes e técnico-administrativos, Patrícia foi orientadora de quase 100 monografias, trabalhos de conclusão de curso e dissertações de mestrado, e participou de dezenas de projetos de pesquisa e extensão sobre temas diversos inter-relacionados à sua área principal de pesquisa: a educação e a fenomenologia do cuidar. Mesmo aposentada, a professora pretende continuar trabalhando e atuando em projetos. "A aposentadoria da professora Patrícia Medina não representa um encerramento, mas uma transição para novas formas de contribuição que certamente continuarão inspirando a todos nós", disse a coordenadora do Curso de Pedagogia, Kátia Brito.
Lembrando de histórias antigas como, por exemplo, quando saía dirigindo uma Kombi pelo interior do Estado para fazer a supervisão de estágios, ou quando trabalhava em mesas feitas com portas e pneus ao lado de colegas como José Ramiro Lamadrid Marón, Ivone Maciel Pinto, Isabel Auler e outros que deixaram sua marca na história da UFT. Patrícia se emocionou em diversos momentos durante a cerimônia, recebendo abraços dos amigos, a homenagem da Universidade da Maturidade (UMA) e, especialmente, ao ouvir as falas de Jean Barbosa, um de seus ex-orientandos, que discursou em nome dos alunos, e do seu marido e também professor aposentado da UFT, Jorge D'Ambros.
Professora nata, Patrícia não deixou de ser didática e meticulosa em sua fala de despedida da Universidade, que transformou em uma conferência sobre o tema "Felicidade". "Quando eu falei que estava muito feliz, a coordenadora disse que eu preparasse uma fala para expressar essa felicidade. E como eu sou muito obediente, lá fui eu procurar o que é felicidade, claro, com método e preparação, pois em todos esses anos jamais cheguei em uma sala de aula de improviso", disse, arrancando risos da plateia. Discorrendo sobre a etimologia da palavra "Felicidade", relacionada, entre outros termos, à palavra "fecundidade", a professora pontuou: "fecundidade é aquilo que transborda da nossa experiência, da nossa vivência. Na pesquisa é tudo aquilo que a gente acha para além daquilo que é essencial. Então, eu estou feliz por isso: porque achei aqui muito mais do que vim buscar e muito mais do que eu esperava nesses 21 anos em que estive na UFT".