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UFT e Iphan promovem visita técnica ao Sítio Arqueológico Abrigo do Limpão
Na manhã de sexta-feira, dia 16, a Universidade Federal do Tocantins (UFT), por meio do Núcleo de Estudos Urbanos e das Cidades (Neucidades), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-TO), promoveu uma visita técnica guiada ao Sítio Arqueológico Abrigo do Limpão, em Palmas. Instituições de ensino, estudantes, professores e membros da comunidade local caminharam um total de 5 km (ida e volta) rumo ao abrigo sob rocha arenítica com pinturas rupestres pré-históricas.
A programação compõe uma série de atividades que visam a promoção da educação patrimonial. A superintendente do Iphan-TO, Cejane Pacini, explica que a ação teve o objetivo de levar instituições e sociedade civil para promover a sensibilização a respeito da preservação do patrimônio cultural arqueológico. A visita técnica apresentou o contexto cultural e ambiental do sítio, e está atrelada ao Simpósio sobre Unidades de Conservação no Cerrado Tocantinense, que será realizado em 10 de setembro pela UFT, em parceria com o Iphan, com mesa redonda sobre a preservação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra do Lajeado.
“Vamos discutir sobre a preservação e, para isso, precisávamos sensibilizar as pessoas para conhecer e entender essa riqueza, bem como as urgências que temos a preservação em si, ou seja, uma gestão integrada às ações de conservação e à socialização de informações que são necessárias para o nosso patrimônio”, disse Cejane.
Segundo o superintendente da Secretaria da Cultura (Secult), Antônio Miranda, “a educação patrimonial é a principal ação num processo de preservação de um bem cultural, pois desperta nas pessoas a consciência de que cuidar do patrimônio cultural é dever de todos: Estado e sociedade civil”, comentou.
Ao decorrer da expedição, o guia e arqueólogo do Iphan-TO, Rômulo Macêdo, forneceu diversas informações sobre a preciosidade do abrigo sob rocha, que possui artes indígenas pré-históricas que dão a noção do paleoambiente que existia na região. Acredita-se que os registros rupestres tenham cerca de cinco mil anos em virtude dos temas representados, os quais são encontrados em outros sítios onde há datações. “Temos uma pintura de um pássaro de asas abertas, mas com formato de ser humano. Ou seja, um animal antropomorfizado ou um homem zoomorfizado que tem a ver com a questão dos animais guias, dos xamãs e pajés, pois a beleza seria o veículo do divino. Desde 12 mil anos atrás, essa área vem sendo ocupada e usufruída por pessoas de diferentes etnias. Aqui é onde me sinto no mais belo palco do mundo”, explicou.
Estudantes de diversos cursos da UFT e da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) participaram da visita guiada. “Eu acredito muito em uma universidade articulada com a comunidade, porque é isso que a gente tem que fazer. É aula fora da universidade, fora da sala de aula. Que a gente possa mobilizar o corpo civil a estar ciente para apreciar todas essas belezas que nós temos aqui, do nosso patrimônio, da cultura para, principalmente, focarmos na preservação”, finalizou a graduanda do curso de Direito da UFT, Anita Queiroz.