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UFT propõe ações para reduzir pela metade o número de famílias dependentes do Bolsa Família no estado
Com uma meta ambiciosa de reduzir de 40% para 20% o percentual da população do Tocantins dependente do Bolsa Família até 2028, retirando cerca de 200 mil famílias tocantinenses da pobreza nos próximos quatro anos, o projeto Territórios do Desenvolvimento Social e Inclusão Produtiva (TDS) foi apresentado nesta terça-feira (8) a prefeituras do estado em um evento realizado no auditório do Centro de Inovação da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto). Representantes dos municípios de Dianópolis, Paraíso e Porto Nacional participaram da reunião.
A iniciativa liderada pelo professor Waldecy Rodrigues, dos programas de pós-graduação em Desenvolvimento Regional e em Gestão de Políticas Públicas (PPGDR e Gespol) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), pretende integrar universidades e o instituto federal de educação do estado em ações de pesquisa e extensão em frentes como capacitação e qualificação profissional, regularização fundiária, restauração florestal e empreendedorismo, entre outras, com o suporte administrativo da Fapto e articulação com os governos municipais. Um dos públicos-alvo em destaque do projeto são as 42 mil famílias que vivem nos 540 assentamentos de reforma agrária no território tocantinense.
Conforme explicou Waldecy, o TDS vai possibilitar ao Tocantins acessar um conjunto de recursos de vários ministérios, reunindo esses recursos em um projeto único de desenvolvimento agrário e urbano a partir dos municípios e injetando nas diversas regiões do estado cerca R$ 1,5 bilhões ao longo do período. Segundo ele, parte desses recursos já está assegurada pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
"[O TDS] é um conjunto de ações sistematizadas que a gente acredita que é capaz de promover a inclusão produtiva e a emancipação social de milhares de pessoas que hoje dependem do Bolsa Família. Mas é importante destacar que tirar famílias do Bolsa Família não significa tirar benefícios, mas sim dar a elas autonomia, e isso é possível com qualidade de ações, integração entre as esferas de governo, interação entre as instituições de pesquisa e pessoas trabalhando para este fim", sublinhou o coordenador.
Paulo Mourão, articulador político do projeto em Brasília, enalteceu destacou o potencial do TDS para alcançar grandes resultados por integrar diferentes instituições em ações coordenadas. "A academia, ou as academias, muitas vezes não participam da vida institucional administrativa do estado e dos municípios. As instituições acadêmicas não são chamadas a participar, e assim trabalham apenas nos seus 'territórios', enquanto são contratadas consultorias externas para executar ações para as quais temos pessoas capacitadas aqui mesmo. Este é um equívoco lamentável que esta proposta busca corrigir", afirmou o ex-parlamentar e ex-prefeito de Porto Nacional.
O reitor da UFT, Luís Eduardo Bovolato, e a pró-reitora de Extensão, Maria Santana Milhomem, também participaram do evento e destacaram a importância da articulação de parcerias para ações que gerem impacto social. "O Tocantins é um estado jovem que precisa muito desse olhar para o desenvolvimento social, com envolvimento das diferentes instituições. As universidades, os institutos precisam dar as mãos e trabalhar em rede. Nós temos pesquisadores que já fazem isso, mas enquanto instituição precisamos fomentar ainda essa interação", afirmou Santana.
