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Ações do PNAB Busca Ativa continuam de norte a sul do Tocantins durante penúltimo dia de inscrição
O prazo para as inscrições nos editais de Cultura Indígena e Quilombola, promovidos com verba da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), se encerrou neste domingo, 13 de outubro . As equipes de Busca Ativa têm percorrido diversas regiões do Tocantins, visitando comunidades quilombolas e aldeias indígenas, em um esforço para garantir a participação dessas populações nos editais. No penúltimo dia de inscrições, o projeto "Transformando Conhecimento em Inovação: cultura, memória e arte" (Opaje/UFT) atuou em Ponte Alta (Quilombo Lagoa Azul), Ilha do Bananal (Aldeia Lacreare) e Aragominas (Quilombo Pé do Morro).
Realizado pela Secretaria de Cultura do Tocantins (Secult), o projeto é executado pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Tocantins (Proex/UFT). Pró-reitora e coordenadora do projeto, a professora Maria Santana, fez um balanço positivo do trabalho realizado pelas equipes de Busca Ativa nos últimos dois meses. “A ação de Busca Ativa tem sido fundamental para aproximar as comunidades quilombolas e indígenas das políticas públicas de fomento à cultura. Em quase dois meses de trabalho, observamos um engajamento crescente dessas populações, que têm demonstrado grande interesse em participar dos editais. Esse contato direto não só facilita o processo de inscrição, mas também fortalece os laços entre a universidade e as comunidades, contribuindo para a preservação da cultura e da memória desses grupos”, avaliou.
Este foi o caso da professora Maria da Conceição Pereira de Sousa, quilombola de Lagoa Azul, em Ponte Alta. Ela contou que soube do edital quando ele foi lançado, porém não se sentiu motivada ou interessada o suficiente para se inscrever. “Só confiei de me inscrever quando soube que vocês viriam, por isso que a vinda das equipes até nós é tão importante”, disse a artesã, já projetando um alcance nacional e global das suas peças e cultura. “As pessoas muitas vezes não se inscrevem porque não acreditam, mas vale a pena acreditar”, aconselhou.
Avaliação das Equipes
Adriano Alves, coordenador da equipe central da PNAB, destacou a recepção calorosa durante as visitas e o potencial cultural das comunidades quilombolas do Tocantins. “O processo de inscrição das comunidades quilombolas foi uma experiência extremamente enriquecedora e marcante. Fomos recebidos com muito carinho e hospitalidade, e o que mais nos impressionou foi a profundidade e a organização cultural dessas comunidades. Nos quilombos, por exemplo, a arte é totalmente colaborativa. A Lei Aldir Blanc veio como um grande suporte para artistas e produtores culturais em todo o Brasil, especialmente para essas comunidades tradicionais”, afirmou.
Já a coordenadora da equipe Sul, Marcela Garcia, compartilhou sua experiência na região da Ilha do Bananal, onde destacou os desafios enfrentados e a riqueza do contato com as comunidades indígenas. “Quando aceitei o desafio de trabalhar neste projeto, imaginava que seria um trabalho comum, embora soubesse que a realidade da ilha seria complexa. Enfrentamos situações difíceis, como queimadas severas e estradas intransitáveis, mas a satisfação de estar em meio aos indígenas e vivenciar uma realidade tão diferente foi incrível. A convivência com as comunidades indígenas tem sido enriquecedora, e essa imersão ficará para sempre em minha memória”, relatou.
Com o encerramento do prazo de inscrições nesta segunda-feira, a equipe de Busca Ativa da PNAB reforça o convite para que quilombolas e indígenas não percam a oportunidade de participar dos editais de fomento à cultura, garantindo a continuidade e preservação de suas tradições por meio do apoio financeiro e técnico da Lei Aldir Blanc.