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Estratégias de conservação dos quelônios da Amazônia ganham força com o LCIA e o II Ciclo do PAN
Na última semana, de 20 a 24 de maio de 2024, um evento importante para a conservação da fauna amazônica ocorreu na sede do IBAMA em Brasília. O professor Thiago Portelinha, coordenador do Laboratório de Caracterização de Impactos Ambientais (LCIA) e docente dos cursos de Engenharia Ambiental e dos programas de pós-graduação em Ciências do Ambiente (PPGCIAMB) e Biodiversidade, Ecologia e Conservação (PPGBEC) na Universidade Federal do Tocantins, participou do II Ciclo do Plano de Ação Nacional para Conservação dos Quelônios Amazônicos (PAN Quelônios), que reuniu especialistas de todo o país para delinear estratégias de preservação dos "bichos de casco" da Amazônia, focando especialmente em quatro espécies: tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa), tracajá (Podocnemis unifilis), iaçá ou pitiú (Podocnemis sextuberculata) e irapuca (Podocnemis erythrocephala).
O trabalho desenvolvido pelo LCIA contribuiu significativamente para a identificação das principais ameaças à sobrevivência destes répteis e na formulação de ações para mitigar os efeitos negativos em suas populações. "Os quelônios desempenham um papel ecológico vital nos ecossistemas amazônicos, participando da ciclagem de nutrientes, dispersão de sementes e como elos importantes na cadeia trófica", explicou Portelinha. "A conservação desses animais não apenas garante a qualidade dos ambientes associados, mas também a permanência de outros representantes da biodiversidade."
Thiago Portelinha explicou que o PAN Quelônios é uma importante estratégia de conservação: “Nas oficinas, conseguimos identificar as principais ameaças que afetam a sobrevivência destes répteis e as ações necessárias para impedir ou mitigar os efeitos negativos causados em suas populações e na vida destes animais. Os quelônios são importantes representantes da fauna para as bacias Amazônica e Tocantins-Araguaia, possuem uma antiga e estreita relação com os povos tradicionais, sendo fonte de proteína animal para populações isoladas, além de sua importância simbólica e cultural”.
Ele esclarece ainda, que pensar na conservação dos quelônios é, também, pensar na perpetuação deste recurso natural e garanti-lo para as gerações futuras: "os quelônios desempenham um importante papel ecológico nos ecossistemas, participando da ciclagem de nutriente, dispersão de sementes e como importantes elos da cadeia trófica. Portanto, a presença dos quelônios garante a qualidade dos ambientes associados e, consequentemente, a permanência de outros representantes da biodiversidade”.
Ação
Durante o evento, Portelinha e outros especialistas delinearam objetivos e ações concretas para a conservação dos quelônios, abrangendo pesquisa, educação ambiental, monitoramento, atualização e criação de normativas legais, além de procedimentos que auxiliem os processos de licenciamento ambiental. “Apesar do foco nas quatro espécies-alvo do Plano, muitas outras serão direta e indiretamente beneficiadas. Foram cinco dias de muita discussão e trabalho intenso, delineando objetivos e ações relevantes para a conservação, baseados em ameaças reais. Dentre as várias ações traçadas, foram contempladas: a pesquisa, educação ambiental, monitoramento, atualização e criação de normativas legais, procedimentos para auxiliar os processos de licenciamento, dentre outros. A participação da academia é essencial, aproximando-nos dos órgãos ambientais, empresas privadas e do terceiro setor. Conseguiremos envolver alunos de graduação e pós-graduação em ações com foco em pesquisa (ex. ecologia populacional e presença de contaminantes) e extensão (ex. educação ambiental)”, destacou Portelinha.
O II Ciclo do PAN Quelônios promete um impacto significativo na conservação da fauna amazônica. Com duração de cinco anos, o plano será implementado em toda a Amazônia Legal, incluindo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O trabalho de Thiago Portelinha, juntamente com a colaboração de diversas instituições e comunidades, reforça o compromisso com a preservação ambiental e a sustentabilidade, assegurando um futuro mais equilibrado para os ecossistemas amazônicos e seus habitantes.
