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Jornada Interdisciplinar de Comunicação tem participação ativa do público no debate de causas sociais
O primeiro dia da VIII Jornada Interdisciplinar de Comunicação da Universidade Federal do Tocantins (UFT), nesta quarta-feira (23) foi marcado por um grande envolvimento dos alunos, professores e mestrandos presentes. O evento destacou-se pela participação ativa do público, interação nas atividades propostas e relevantes temas em debates. As atividades prosseguem até sexta-feira com palestras, Grupos de Trabalho, Oficinas e Cinedebate.
No período da tarde, a oficina "Jornalismo em Perspectiva de Gênero", conduzida pela professora Dr.ª Cynthia Mara Miranda, deu início às atividades da Jornada, quando os participantes tiveram a oportunidade de discutir a cobertura jornalística sob a ótica de gênero. Cynthia Mara, reconhecida por sua experiência em temas como preservação ambiental e perspectiva de gênero, trouxe um olhar crítico e provocador à sua oficina, estimulando os alunos a desconstruir estereótipos e refletir sobre a violência de gênero e o feminicídio.
A professora destacou pontos pouco debatidos na mídia global e o quanto isso influencia nas matérias jornalísticas: “Nessa oficina a gente dialogou sobre a importância da formação. A formação e perspectiva de gênero onde buscamos refletir sobre as noticias, a rotina produtiva do jornalismo e identificar de que forma as mulheres estão representadas no jornalismo, de que forma as mulheres são ouvidas como fonte nas notícias, postos que elas ocupam nos veículos de mídia [...] A gente dialogou um pouco sobre esse conjunto e reforçou a importância do processo de formação continuada e como isso impacta no que consumimos como notícia”, explicou Cynthia Mara.
Logo em seguida, a oficina "Assessoria Descomplicada: Comunicação Prática e Fotografia com Celular", facilitada por Angel Lima, proporcionou aos estudantes dicas valiosas sobre comunicação ágil e técnicas fotográficas.
À noite, ocorreu a abertura oficial do evento, com o lançamento de diversos livros, como "Histórias de Vó - Memórias do Cerrado" de Alice Agnes Spindola Mota, que traz relatos emocionantes da cultura local, e "Psicologia, Educação e Homossexualidades" de Eder Ahmad Charaf Eddine, que explora questões cruciais da diversidade sexual e educacional. Tam´bém foram lançadas as obras "Vulnerabilidades, Cultura, Tecnologia e Resistências na Amazônia" e "Comunicação, Direito e Igualdade", ambas coordenadas por Cynthia Mara, e que destacam a relevância da comunicação nas discussões contemporâneas.
Acompanhada da mediadora professora Dr.ª Ingrid Assis, estiveram no palco durante a abertura, a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, professora Dr.ª Karylleila dos Santos Andrade e a diretora de Pós-Graduação, a professora Dr.ª Kellen Lagares. A recém-nomeada pró-reitora - primeira mulher a assumir o cargo - ressaltou a importância não só do debate, mas também da divulgação das pautas: “Participar desse evento é muito importante pra relembrarmos da missão dessa universidade, que está pautada pelo desenvolvimento local, mas também do desenvolvimento da Amazônia. Temas como os debatidos aqui precisam estar em pauta, além de também ser necessária a divulgação deles, seus resultados, para toda a universidade. Esse é o momento pra gente discutir e ampliar nossos horizontes” acrescentou Karylleila.
Desigualdades sociais em pauta
O tema "Comunicação e Desigualdades à Luz do Trabalho Doméstico na Amazônia" marcou a noite de abertura com a palestra e apresentação da professora Dr.ª Danila Gentil Rodriguez Cal Lage, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que abordou, em sua reflexão, sobre as desigualdades sociais no contexto amazônico, comunicação como uma ferramenta vital para a transformação social e profissional das profissionais de serviços domésticos.
Em sua fala ela conectou teoria e prática, pondo luz a problemas sociais relacionados ao abuso de poder, trabalho análogo à escravidão urbana e desigualdade de gênero. Para Danila, a pauta atua na estrutura da formação do nosso país: “O trabalho doméstico é a síntese dos processos de desigualdade do nosso país. Olhando para ele nós percebemos várias das opressões interseccionais que atuam sobre nosso país, principalmente sobre as mulheres negras, pobres… A gente consegue perceber várias das nossas heranças escravagistas da colonialidade presentes e atuantes no Brasil” pontua a palestrante.
O evento prossegue a´té esta sexta-feira (25), com mais atividades e debates. A íntegra da programação pode ser conferida no site do evento.
