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Seminário "Geronto em ação" aborda questões de saúde da pessoa idosa para profissionais da atenção primária
Os seminários integrativos “Geronto em ação” são voltados para as principais doenças da pessoa idosa que são tratadas pelos profissionais da Atenção primária em Palmas. Os encontros servem de capacitação para os profissionais. A etapa mais recente ocorreu no dia 13 de junho.
Na ocasião, pelo menos um profissional de cada unidade de saúde do município participou. São quatro professores e 11 estudantes do curso de Medicina da UFT envolvidos no projeto. O objetivo é identificar as principais demandas e principais causa de adoecimento da população idosa. melhorar os fluxos dos encaminhamentos de geriatria.
A ação foi guiada pelos tutores da Fundação Escola de Saúde Pública (Fesp). Primeiramente foram realizadas as palestras com os profissionais e depois atividades com metodologia ativa. Os temas desta edição foram: “Episódios depressivos”, com o psiquiatra Teruã Borges; e “Sequelas de AVC”, com o neurocirurgião Pedro Essado. Ao final dos encontros, foram elaborados protocolos que servem de guia para encaminhamento à geriatria.
A coordenadora do projeto, Maria Sortênia, explica que esse diálogo entre a Universidade e os diversos setores sociais é importante porque os cidadãos é que serão beneficiados. "Não tem como a Universidade estar distante deste processo. Não adianta só levantar o problema, mas também intervir com propostas de melhorias. Isso vai refletir na melhor assistência à pessoa idosa na ponta. A gente trabalha com pesquisa, ensino e extensão na pesquisa-ação. A intervenção é uma resposta ao que foi identificado na pesquisa".
A responsável técnica pela saúde da pessoa idosa na Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, Taisa Souza Ribeiro, comenta que a parceria entre UFT e Semus já existe desde 2018 com ações voltadas ao envelhecimento e cuidado da pessoa idosa. "A gente recebe os protocolos do Ministério da Saúde. Contudo, a ciência está nas universidades. Os estudos colaboram para que a assistência tenha uma qualificação melhor com o que há de mais atualizado. É uma parceria que tem dado muito certo. A gente traz as inovações que a Universidade tem e aplica na nossa prática. Com isso, a gente tem melhores resultados. Os profissionais de cada unidade de saúde serão multiplicadores em suas unidades".
O psiquiatra e professor convidado, Teruã Borges de Oliveira, comentou sobre os desafios de identificar a depressão do idoso. "Existe o preconceito com questões de saúde mental que é uma questão geracional. Isso reforça a necessidade de identificar na atenção primária. Hoje, a atenção primária é onde tem mais fácil acesso à população idosa. Às vezes, é difícil levar o idoso diretamente ao psiquiatra, mas o próprio médico do posto já consegue iniciar o tratamento. Quando começa o tratamento, vai diminuindo a barreira. Isso pode ajudar a reconhecer que é uma doença, que é um problema de saúde, e que sendo assim precisa de tratamento". Teruã abordou questões que ajudam a entender sobre a depressão no idoso, fator de risco, diagnóstico, tratamento, fluxograma e para onde encaminhar.
A professora do colegiado de Medicina, Paula Fleury Curado, é da área de Geriatria, e valorizou a participação dos profissionais da atenção primária do município. "A ideia surgiu da demanda do município no fluxo de encaminhamentos que a gente recebia na atenção secundária: com um volume muito grande e pouco profissional que não daria conta dessa demanda. A gente foi às unidades tentar entender o que estava acontecendo. Por que que eles estavam encaminhando tanto e o que a gente poderia fazer para resolver esse problema? Foi aí que a gente criou essa pesquisa-ação".
Paula explica que esta é a primeira parte da ação. "Junto com a atenção primária, a proposta é elaborar um fluxo de encaminhamento. Quando eu devo encaminhar, quando eu não devo encaminhar; se eu encaminho para a UPA, se eu encaminho ao ambulatório, o que que eu posso fazer na atenção primária? Então, é assim que a gente está tentando conversar com eles, afinal de contas, é a atenção primária que recebe o idoso, faz a abordagem e encaminha".
Estudantes de graduação e mestrado
Daliana França de Sousa é enfermeira da Atenção Primária à Saúde de Palmas, e também é aluna do Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde), pela UFT. Portanto, ela se beneficia duplamente com a ação. "Tem contribuído muito para o meu mestrado, porque promove o vínculo entre a universidade e o serviço. É uma forma de integrar esses profissionais, o serviço e o cuidado da pessoa idosa. Já tenho visto alguns resultados. Nesse processo a gente já tem observado o aumento das avaliações da caderneta da pessoa idosa e avaliação multidimensional da pessoa idosa. Também a gente já tem verificado um encaminhamento de forma mais qualificada para a atenção secundária".
A estudante Luanara Gabriele Barbosa está no terceiro período de Medicina, e afirma que gosta muito da extensão. "Gosta de ir pra comunidade e sentir esse lado mais ativo das pessoas. Enquanto estudante de medicina, quando a gente visita as unidades básicas de saúde e hospitais, a gente encontra muito essa falta de capacitação dos profissionais, que às vezes desconhecem certos termos e modos que poderiam ajudar para que o idoso pudesse se sentir melhor em relação aos cuidados com a saúde dele. Acredito muito que este projeto possa ajudar nisso".
